Enquadramento histórico
Embora na região a presença humana seja testemunhada
já desde os tempos do paleolítico e prossiga no mesolítico e na idade do
bronze, o antepassado remoto de Viana pode considerar-se a citânia de Santa
Luzia, situada no alto do monte do mesmo nome, povoação castreja que sentiu as
influências da romanização e ainda era habitada no século IV.
Na zona escassos vestígios restam do período suevo e
visigótico, e a ocupação muçulmana será responsável pela longa recessão que se
regista entre o século VIII e IX. No século X inicia-se um movimento de
reocupação e de reorganização cristã, cujos pólos se tornarão os conventos de
S. Salvador da Torre, a norte, e S. Romão do Neiva, a sul do rio Lima, e que se
concretiza no aparecimento ou ressurgimento de várias paróquias.
A fundação da actual Viana deve-se ao foral outorgado
por D. Afonso III, a 18 de Junho de 1258. O objectivo deste foral era o de
criar um aglomerado urbano, de expressão mercantil marítima e piscatória, junto
à foz do Lima, concentrando, no morro mais próximo do rio, uma população
dispersa pelas três vilas existentes ao redor, e centralizando no município a
administração e eventualmente a defesa do termo concelhio.
O aglomerado habitacional apresentava-se inicialmente
com uma planta rectangular e cedo teve o correlativo complemento das muralhas,
em cujo reforço se trabalhava em 1374.
No século XV, a construção, no interior do aglomerado,
da nova igreja (hoje catedral), e depois a sua ampliação, terá levado a um novo
ajustamento da cerca amuralhada. Essa construção corresponde ao crescimento da
população, para que já era pequena a igreja de S. Salvador do Átrio, e à
prosperidade material de Viana, resultante da actividade dos mareantes, que
sulcavam os oceanos entre os cinco continentes.
Em Viana, como fruto e testemunho dessa prosperidade, constrói-se,
no início do século XVI, uma série de palacetes de estilo manuelino, dentro e
fora das muralhas. Os novos Paços do Concelho são levantados extra-muros e a
própria defesa da cidade é colocada na sua foz, com a construção do baluarte
manuelino, vulgarmente chamado roqueta (do italiano rochetta), tendo como alvo
os piratas que podiam assaltar o porto de Viana, um dos principais do reino.
Fundam-se, nas primeiras décadas do século, os mosteiros de Sant'Ana (hoje a
Caridade) e de S.Bento, e, na segunda metade, o de Santa Cruz (São Domingos).
Já sob o domínio filipino, a roqueta é integrada na fortaleza construída
de acordo com os mais avançados esquemas defensivos da época, sob a orientação
de Filippo Terzi, e designada com o nome de Castelo de Santiago da Barra. Em
meados do século XVII, a prosperidade vianense, depois do interregno que sofreu
sob a dominação estrangeira, conhece um novo surto, com o comércio do açúcar
brasileiro, a que se vem ajuntar depois a riqueza proveniente das minas de
ouro. Aliada a esse surto de riqueza, a escola de arquitectura, iniciada com
Miguel de Lescol e continuada com Manuel Pinto de Vilallobos, nos fins do
século XVII e primeira metade do século XVIII contribuirá para encher a cidade
de belos edifícios, para a renovação de outros, designadamente conventos e
igrejas, mas além dos palacetes urbanos surgirão as numerosas casas nobres do
espaço rural – os solares. Frutos ainda desse tempo são algumas obras marcantes
do estilo rocaille existentes em Viana e erguidas na segunda metade do século
XVIII: a casa e a capela da Praça, dos Malheiros, o retábulo da Senhora do
Rosário, em S. Domingos, e a igreja da Senhora da Agonia.
O último quartel do século XVIII e a primeira metade
do século XIX são marcados pela laboração da fábrica de louça de Viana. Com
padrões decorativos afins dos usados na faiança produzida nesta fábrica no seu
período áureo, terá sido também na primeira metade do século XIX que se criou o
tipo de vestuário que vulgarmente se chama traje à vianesa.
Ultrapassado o período das lutas liberais, Viana,
entretanto elevada à categoria de cidade, em 20 de Janeiro de 1848, inicia, nas
últimas décadas do século XIX, uma época de lenta recuperação, marcada pela
construção da via férrea, com a ponte encomendada a Gustave Eiffel, e a estação
ferroviária riscada por Alfredo Soares.
Na primeira metade deste século assiste-se a um
esforço de reordenamento urbano, de que sobressai a abertura da Avenida do
Combatentes, ligando a estação ferroviária ao cais do Lima – e onde se erguem
alguns edifícios art deco – e à construção do templo de Santa Luzia,
segundo o projecto eclético de Ventura Terra, a evocar o Sacré Coeur, de Paris.
As últimas décadas do século XX são assinaladas com a
intensificação do dinamismo urbano, que leva a cidade a estender-se para além
das antigas periferias rurais e à margem sul do rio Lima. O desenvolvimento
industrial e dos serviços, acompanhado do substancial incremento dos meios e
vias de comunicação, em cujo panorama merece destaque o novo porto de mar,
fazem de Viana do Castelo uma área privilegiada do noroeste peninsular, no
momento em que se abrem as fronteiras e se processa a nossa integração na
comunidade europeia.
Roteiro
▪ Catedral
– Construída em meados do século XV (quase pronta em 1440), ampliada no último
quartel do século XVI, sofreu acréscimos e modificações posteriores,
especialmente um revestimento em cimento pintado, que em finais do século
passado recobriu as cantarias, danificadas em 1809 por um grande incêndio.
Arquivoltas à entrada, na tradição da arte românica e gótica, com apóstolos. No
interior, seguindo pela esquerda: pia baptismal, de finais do século XVII (a
anterior, do século XV ou inícios do XVI será uma das que agora servem
simplesmente para a água benta, à direita da entrada), e, por cima, um quadro
em relevo, de madeira policromada e dourada, de inícios do século XVIII, com o
Baptismo de Cristo; depois das capelas da Sr..ª das Dores e de S. Bartolomeu
(interessante meia abóbada, em forma de concha), chega-se à da Sr..ª da
Consolação, com entrada sob dois arcos manuelinos e uma grande e valiosa
pintura sobre tábua, do século XVI, e depois à dos Mareantes, no transepto
norte, onde se destaca o grande ex-voto de um galeão em miniatura, que consta
ter sido enviado de Hamburgo, nos meados do século XVII, por um mareante
vianês. A seguir encontra-se a capela do Santo Cristo, onde jaz o túmulo de
João Alvares Fagundes. Do outro lado da capela-mor, a capela do Santíssimo tem
um interessante portal, da 2.ª metade do séc. XVI, cuja execução se tem
atribuído ao canteiro vianense João Lopes-o-Moço. No transepto sul merece
destaque a capela de S. Bernardo, de Fernão Brandão e Catarina Fagundes, com
inscrição e data de 1547, atribuída ao canteiro João Lopes-o-Velho.
▪
Casa de João Velho – Edifício quatrocentista, terá pertencido ao escudeiro João
Velho, que na segunda metade do referido século encabeçou o movimento contra a
entrega de Viana a outro senhorio que não o régio.
▪
Casa dos Lunas – Segundo a inscrição, mandada construir por Jácome Roiz de
Luna, físico (médico) do infante D. Pedro. Nesta família entroncam os
dois Pedro Barbosa e o traidor Miguel de Vasconcelos. Ornamentação com motivos
do tardo renascimento.
▪
Casa manuelina, com janelas decoradas, fronteira à anterior.
▪
Casa da Rua do Poço – a meio desta rua, na parte mais larga, situa-se o poço
que abastecia a povoação. Do lado oposto outra casa de estilo manuelino, mais
simples, é actualmente a sede local do Instituto da Juventude.
▪
Hospital Velho – Fundado em 1468, por João Pais-o-Velho, como reza a inscrição
quase totalmente delida sobre o portal, destinava-se a albergar peregrinos e
transeuntes. Bela escultura policromada em pedra, no nicho aberto na fachada.
▪
Casa de Pero Galego – na Viela da Parenta, com um galeão esculpido no umbral, a
indicar a residência de um mareante.
▪
Casa da Rua de S. Pedro – É assinalada pelas suas portas e janelas manuelinas,
sobressaindo uma delas, pelas suas dimensões e composição decorativa.
▪ Antigos
Paços do Concelho – Edifício do início do século XVI. Nas traseiras, um portal,
única parte sobrevivente das obras com que no século XVII foi acrescentada a
sede do concelho, ficando a ocupar todo espaço livre por trás da construção
manuelina.
▪
Chafariz – Na Praça da República, elegante obra do célebre mestre João Lopes,
executada em 1554 (data no pedestal).
▪
Misericórdia – Edifício do século XVI, com arranjos posteriores. Voltada para a
Praça, uma varanda esculpida, de três andares, datada de 1589, de concepção sem
igual na arte da época, possivelmente inspirada nas gravuras nórdicas que
transmitiam as formas do renascimento e do maneirismo. Igreja remodelada na
primeira metade do século XVIII, sob a orientação de Manuel Pinto de Villa
Lobos, com valiosos retábulos em talha dourada, de Ambrósio Coelho, e azulejos
de Policarpo de Oliveira Bernardes.
▪
Palacete Sá Sotto Mayor – na Praça da República, fachada com motivos
decorativos do Renascimento.
▪
Estátua de Viana – Fonte alegórica da segunda metade do século XVIII,
representando Viana, rodeada pelos quatro continentes.
▪
Casa da Praça – Já considerada um dos melhores exemplares de arquitectura civil
barroca, em todo o país, a capela rocaille terá sido riscada por André Soares.
▪
Palacete Alpuim – Palacete com portas de molduras manuelinas, do século XVI,
encimadas por ornatos da época de D. João V (meados do século XVIII).
▪
Palácio dos Condes da Carreira – um dos mais imponentes e belos da cidade, foi
construído na primeira metade do século XVI e remodelado no século XVIII,
fundindo com elegância ornatos manuelinos e clássicos, na fachada poente; a
fachada norte é exclusivamente obra da primeira metade do século XVIII, com a
anexa capela e o correspondente retábulo.
▪
Palácio Melo Alvim – em estilo manuelino, é um dos mais antigos e interessantes
da cidade.
▪
Estação ferroviária – construída entre 1878 e 1882, segundo o risco do eng.
Alfredo Soares.
▪
Convento de Santa Ana – Da primeira metade do século XVI, em que foi erecto,
restam os ornatos da torre e da portada agora à entrada do quintal.
Reconstruído e ampliado no fim do século XVII e começos do século XVIII, é
desta época o excelente interior da igreja: retábulos de talha dourada,
esculturas, azulejos, tecto em caixotões, com pintura figurativa. Remodelado no
fim do século XIX, são dessa época as actuais fachadas visíveis da rua
fronteiriça.
▪
Teatro Sá de Miranda – Executado segundo o projecto desenhado pelo arquitecto
portuense José Geraldo da Silva Sardinha, pintado pelo artista vianense João
Baptista do Rio, com pano de boca do cenógrafo Manini e do pintor Hércole
Lambertini, foi inaugurado em 29 de Abril de 1885.
▪
Convento e igreja de Santo António – a sua construção fez-se entre 1611 e 1625
e esteve a cargo de João Lopes – o Moço. Note-se, porém, que a actual fachada
da igreja é obra posterior, da segunda metade do século XVIII. Interior
espaçoso, com abóbada de granito em caixotões na capela-mor, bons retábulos com
talha no estilo do 1quartel do barroco nacional e esculturas em madeira (século XVIII).
▪
Igreja do Carmo – Anexa ao edifício do convento dos Carmelitas Descalços,
fundado no século XVII, a igreja, na sua forma actual, remonta ao século XVIII.
Interior em forma de cruz latina, sóbrio e harmonioso; talhas do barroco
nacional e rocaille, pelo menos em parte, segundo desenhos trazidos da
Espanha.
▪
Ponte Eiffel – Dando passagem à estrada e ao caminho de ferro, substitui a
anterior ponte de madeira (cujo arranque, na margem norte, é assinalado por
duas colunas de granito, a poucas dezenas de metros do antigo cais), tendo sido
encomendada a Gustave Eiffel e inaugurada a 30 de Julho de 1878.
▪
Palácio dos Cunha Sotto Mayor – Edifício imponente, começado da segunda metade
do século XVIII, só em 1973 foi concluído, para nele instalar os serviços do
Governo Civil.
▪
Casas da Rua da Bandeira – há nesta rua um bom número de moradias nobres, da
segunda metade do século XVII e primeira metade do século XVIII, a merecerem
atenção: poderíamos começar pela
▪
Casa dos Quesados, algumas dezenas de metros a nascente da linha da linha do
caminho de ferro e da igreja do Carmo (hoje ocupada pela Direcção de Estradas e
outros serviços);
▪ A
seguir ao Governo Civil, para poente:
▪
Casa Pereira Cirne;
▪
Casa Aranha Barbosa;
▪
Casa do Pátio da Morte;
▪
Casa de J. Pereira de Brito;
▪
Casa dos Barbosa e Calheiros;
▪
Casa Porto Pedroso;
▪
Casa dos Barros Lima;
▪
Casa das Bandeirinhas.
▪
Igreja das Almas – modesta reconstrução do século XVIII, no local onde existiu
a mais antiga igreja e primeira sede paroquial de Viana; adossado à parede sul,
sob alpendre, o Cruzeiro do Senhor da Boa Lembrança, datado de 1646 e para aqui
transferido do terreiro do vizinho e a seguir referido
▪
Convento de S. Bento – construído no século XVI, no local de uma antiga ermida,
foi totalmente remodelado de 1708 a 1713, com a intervenção de Manuel de Pinto
Villa Lobos e Manuel Fernandes da Silva. Dessas obras pouco mais resta que a
igreja, que mantém o portal norte datado de 1549 (excluída a decoração do
remate), e a janela vazada na fachada principal; no quartel do século1interior, retábulos de bom estilo barroco nacional (1
XVIII), azulejos, incluindo composições decorativas de tapete e painéis com a
assinatura de Teotónio dos Santos, tecto de caixotões com pinturas da vida de
S. Bento e S. Escolástica; um ou parte de um cadeiral proveniente do coro alto
com alegorias dos meses pintadas nos espaldares.
▪
Casa dos Barreto da Gama – merece destaque, entre outras casas de boa
arquitectura, na antiga Rua da Piedade, hoje de Mateus Barbosa, este imponente
edifício, com portadas, janelas e interiores de sabor clássico, construído na
primeira metade do século XVIII e atribuível a Manuel Pinto de Villa Lobos.
▪
Casas da Rua Manuel Espregueira, antiga Rua de S. Sebastião – situando-se na
continuação da Rua da Bandeira, esta rua constituiu com ela, durante vários
séculos, o principal eixo viário que atravessava a cidade. Grande número de
casas de bom estilo a rodeavam: de algumas conserva-se apenas a fachada, e de
outras nem esta tem sido poupada. Referem-se apenas algumas:
▪
Casa (dos) da Barrosa – Destruída na sua traça interior para alargamento da
Caixa Geral de Depósitos, conserva unicamente a interessante fachada
oitocentista;
▪
Casa dos Agorretas – o palacete actual resulta de uma total reconstrução feita
nos fins do século passado, em estilo neo-manuelino;
▪
Casa dos Rubins – é costume identificar a casa da ilustre família que deu o
nome a esta rua com a que se localiza no ângulo nordeste da mesma; talvez não
seja descabido identificá-la com a que se situa na referida rua do lado oposto
à anterior, com frente para a Rua Manuel Espregueira, e portas e janelas de
moldura manuelina, incluindo uma encoberta pela caliça, do lado nascente;
▪
Casa da Vedoria – Concluído em 1691 (segundo testemunha a inscrição in loco), o
edifício da Vedoria militar (hoje Arquivo Distrital de Viana) foi possivelmente
a primeira obra de certo vulto devida a Manuel Pinto de Villa Lobos, se é que
não tinha sido já riscada por Miguel de Lescol;
▪
Casa dos Sousa Meneses – situa-se em frente à rua de Olivença;
▪
Casa dos Lobo da Cunha – situa-se já no largo de S. Domingos; a arquitectura da
fachada foi influenciada pela do fronteiro edifício do Museu Municipal;
▪
Museu Municipal – instalado no Palacete Barbosa Maciel, construído em 1724
segundo a planta do artista bracarense Manuel Fernandes da Silva, é um dos mais
belos edifícios da cidade e um dos que mais próximo se conserva das origens,
nos seus interiores. Apresenta excelentes colecções de artes decorativas,
especialmente de faianças e mobiliário, possuindo núcleos únicos (louça azul
portuguesa dos séculos XVII e XVIII, faianças de Viana, mobiliário
indo-português).
▪
Igreja de Santa Cruz (S. Domingos) – O convento dominicano, com a sua igreja,
foi construído a partir de 1563; a igreja é notável pela sua fachada principal,
pela arquitectura maneirista do interior, pelos retábulos, de várias épocas
(séculos XVII e XVIII), sobressaindo entre todos o da capela de Nossa Senhora
dos Mares e o da Senhora do Rosário (este de André Soares), e pela sepultura do Santo Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires.
▪
Palácio do Campo da Penha (actual sede do Instituto Politécnico) – construção
iniciada em 1705, com traçado atribuível a Manuel Pinto de Villa Lobos.
▪
Casa do Mirante – casa do início do século XVIII, constitui o núcleo antigo do
Colégio do Minho.
▪
Igreja da Senhora da Agonia – construção da segunda metade do século XVIII, em
estilo rocaille, patente na fachada principal e no altar-mor, devido ao risco
de André Soares, com notável grupo escultórico.
▪
Castelo de Santiago da Barra – Construção ordenada por Filipe II de Espanha,
para a defesa da barra de Viana, e iniciada em 1589, segundo projecto elaborado
pelo italiano Filippo Terzi, integrou, no bastião sudoeste, a roqueta manuelina.
▪
Capela de Santa Catarina – a construção do Forte ou Castelo de Santiago da
Barra fez mudar para outro local o culto de Santa Catarina; mais tarde seria
transferido para aqui o próprio retábulo de Santiago, da capela existente na
parada do castelo. De proveniência desconhecida, mas talvez do alpendre de
algum cruzeiro, são as colunas e respectivos entablamentos de granito, do
século XVI, aqui utilizadas para criar retábulos laterais.
▪
Capela de S. Bom Homem ou da Senhora das Candeias – interessante capela, cuja
origem remonta ao século XVII, dedicada ao patrono dos alfaiates; elementos
decorativos manuelinos da antiga Fonte dos Tornos incrustados na parede
externa. Próximo, de 1840, o chafariz de Mercúrio, patrono mitológico dos
comerciantes.
▪
Convento das Ursulinas (hoje seminário das Missões do Espírito Santo) – A parte
mais antiga e importante do conjunto é a igreja, benzida em 1730, com uma
interessante fachada, onde há três nichos com esculturas representando os três
santos mártires legendários de Viana: Saturnino, Teófilo e Revocata.
▪
Avenida dos Combatentes: Algumas décadas após a chegada do caminho de ferro, e
com o aparecimento dos primeiros automóveis, alargaram-se algumas vias no
antigo tecido urbano e rasgou-se a nova Avenida dos Combatentes, que liga a
estação ferroviária ao rio Lima, e visualmente Santa Luzia ao cais (agora ao
novo porto de mar), a cujos lados irão aparecer alguns edifícios que documentam
tendências da arquitectura portuguesa na primeira metade deste século.
NOS
ARREDORES (ALGUMAS SUGESTÕES)
Santa
Luzia:
▪
notável estância panorâmica; templo em estilo revivalista compósito, segundo
projecto de Ventura Terra, aberto ao culto em 1926; ruínas arqueológicas
(citânia de Santa Luzia).
S.
Francisco do Monte:
▪
antigo convento franciscano, em ruínas.
Afife:
▪
mamoa da Eireira – poucos metros à esquerda, na estrada Porto Valença, ao Km 80;
▪
castros de Afife-Ancora e Santo António (pequeno núcleo museológico, no
edifício da Junta de Freguesia).
Carreço:
▪
Sr. do Bonfim – capela com fachada principal em forma de retábulo, junto à
estrada.
S.
Lourenço da Montaria:
▪
igreja com valiosos azulejos e um conjunto harmonioso de retábulos dourados e
esculturas em madeira.
Cardielos:
▪
monte de S. Silvestre, estância panorâmica.
Santa
Marta
▪
cruzeiro florido, no estilo de D. João V, junto à estrada.
Lanheses:
▪
capela do Senhor do Cruzeiro, com fachada principal em forma de retábulo,
semelhante à capela do Senhor do Bonfim, de Carreço.
Geraz
do Lima:
▪
área rica em solares setecentistas.
Deocriste:
Senhora do Crasto
▪
capela e estância panorâmica.
Carvoeiro:
▪
antigo convento, com igreja de majestosa arquitectura e precioso retábulo-maior
de talha dourada (início do séc. XVIII), e outros espécimes valiosos.
S.
Romão de Neiva:
▪
convento de fundação medieval, cuja igreja alberga, na capela-mor, o antigo
retábulo de S. Martinho de Tibães (início do séc. XVIII).
[Nota
final – Este texto foi elaborado para servir de roteiro turístico aos
visitantes de Viana do Castelo, e como tal foi publicado, sem indicação de
autor, e com ligeiras alterações, em várias edições promovidas pela Comissão
Regional de Turismo e financiadas pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.]